Saga Encantada - Livro 1: Veneno - Sarah Pinborough
ATENÇÃO ESTA RESENHA PODE CONTER SPOILER
NÃO NOS RESPONSABILIZAMOS CASO LEIA ALGUM
Olá, meus caros e digníssimos
leitores! Esta voz que vos fala também é parte deste blog (antes tarde do que
nunca kkk). Hoje, vim trazer para as vossas senhorias a resenha do primeiro
livro da saga ENCANTADAS de Sarah Pinbourough intitulado VENENO. Pelo titulo já dá para ter uma ideia do que
se trata o enredo da saga. Sim, vamos falar de contos de fadas... porém em
uma versão moderna, um tanto quanto sexy e ousaria dizer mais próxima da versão
real dos contos de fadas dos quais os
pioneiros neste ramo foram os famosos Irmãos Grimm ao mostrar que as histórias contadas para
crianças nunca seriam tão inocentes quanto pareciam ser.
Sem mais
delongas... vamos a resenha! No livro Veneno, Sarah traz aos leitores mais do
que nitidamente o antagonismo dos mundo que vivem a BRANCA DE NEVE e a sua
madrasta, a eterna e soberana RAINHA MÁ, que nesta versão se chama LILITH
diferente da original que se chama RAVENNA. No entanto, a
diferença entre os nomes não tira em nada a caracterização da personagem, pelo contrário torna mais evidente ainda a magia e o poder que emanam desta
mulher.
Logo no começo do livro encontramos Lilith nos aposentos reais com seu esposo, o rei, olhando para fora da janela enquanto Branca de Neve desmontava do cavalo que havia acabado de chegar do bosque. Assim sendo, ela começa a discutir com o rei a respeito do modo de como a menina se portava, segundo ela , estava passando de hora da enteada arrumar um marido, mas na verdade Lilith queria que Branca de Neve sumisse de vez da sua vida. Como ela mesma já esperava, o rei, ignorou os comentários de modo sutil desviando a sua atenção para a única coisa que ele achava interessante naquele quarto ,ou seja... a rainha.
Logo no começo do livro encontramos Lilith nos aposentos reais com seu esposo, o rei, olhando para fora da janela enquanto Branca de Neve desmontava do cavalo que havia acabado de chegar do bosque. Assim sendo, ela começa a discutir com o rei a respeito do modo de como a menina se portava, segundo ela , estava passando de hora da enteada arrumar um marido, mas na verdade Lilith queria que Branca de Neve sumisse de vez da sua vida. Como ela mesma já esperava, o rei, ignorou os comentários de modo sutil desviando a sua atenção para a única coisa que ele achava interessante naquele quarto ,ou seja... a rainha.
A partir disso a autora começa a revelar a
real história de Lilith, fazendo os leitores criarem um ponte entre o
passado da personagem, suas memórias taciturnas e o verdadeiro motivo do ódio
que imunda a alma da rainha, desta maneira, podemos ver que Lilith é nada menos
que uma mulher extremamente bela possuindo longos cabelos cor de gelo e pele
alva com 24 anos de idade que foi forçada a um casamento quando tinha apenas 20
anos (detalhe, nesta versão Branca de Neve tem 20 anos de idade), desde muito
nova foi treinada sob cruéis torturas a se portar como uma princesa mesmo sendo
de fato uma bruxa e ter magia correndo nas veias, assim sendo, ela tem uma
visão realista do mundo na qual as pessoas são nada menos que fantoches movidos
apenas por interesse. Deste modo, Lilith usa da sua beleza , magia e poder
para controlar todos ao seu redor fazendo da sua frieza o escudo que mantinha a
coroa em sua cabeça.
“... sentiu uma
leve pontada no peito e se perguntou despreocupadamente se não seria uma pequena parte do seu coração
ficando negro e endurecido. Que bom!, pensou. Quanto antes melhor.”
No entanto, toda amargura de Lilith esconde toda a sua
tristeza, a vida como rainha não era tão fabulosa como os contos de fadas
mostram, na maior parte do tempo, a rainha passa escondida em seu refúgio em
uma parte do castelo onde todos estavam proibidos de ir numa sala escura
rodeada pelos seus pertences mágicos inclusive o espelho falante. Lilith se
enclausura em sua sala todas as vezes que deseja pensar na sua vida amargurada
e no seu casamento infeliz pois ela odeia o rei com todas as suas forças uma
vez que ele não passa de “um homem estúpido, gordo e arrogante” que a quer
pelo seu corpo e sua beleza. A vida era bem cruel para mulheres iguais a ela.
Por
outro lado, Branca de Neve leva uma vida livre, sem ter o peso de uma coroa
pendendo sobre sua cabeça, como de praxe, ela é uma garota bondosa,
aventureira e desimpedida , podendo fazer o que bem quisesse, dona de uma beleza cativante oriunda de seus cabelos
longos escuros e olhos violeta...mas de inocente ela não tem nada como veremos
adiante. Após a partida de seu pai para a guerra, Lilith resolve atormentar a
sua vida desejando torná-la uma princesa de verdade, a começar por suas roupas,
obrigando a garota a vestir os apertados espartilhos que a mesma fora obrigada
a usar fazendo com que ela sofresse a mesma dor que havia sofrido e ainda
sofria.
Até que numa dessas tentativa de transformá-la em algo
que não era, Branca de Neve desmaia na floresta por causa do espartilho super
apertado que a impedia de respirar sendo trazida de volta para o castelo pelos
anões (que Lilith também odiava). Neste momento podemos notar a oscilação
entre o ódio que Lilith sentia por Branca e a sua preocupação com a garota
depois do acontecido, fazendo que a rainha queimasse os vestidos e os
espartilhos e inclusive tentando presentear a garota com um de seus presentes
mágicos... o que novamente dá errado... sem saber que o presente estava envenenado, o objeto que era
para ser de Branca mata uma das ajudantes da moça logo depois de usá-lo: um
pente que supostamente devia trazer felicidade.
E como
já diz aquele velho ditado “desgraça pouca é bobagem”, a rainha Lilith é feita de idiota em sua
própria festa de aniversário, após Branca de Neve entrar com os anões no castelo fantasiando-os de príncipe, de modo que um
ficassem empilhados um sobre o outro
escondidos por uma capa. Aquilo faz o ódio de Lilith ficar cada vez maior pois
a sua festa era para arrumar um marido para a enteada. Com o ego ferido, a
rainha, por ironia do destino, encontra o caçador (fiquem com este personagem na cabeça, pois ele será importante
para as próximas resenhas) que é trazido pelos seus guardas após matar um
cervo branco o que era um crime. Lilith vê nisso uma grande oportunidade e
contrata o caçador para matar Branca, no
entanto ele é capaz de ver a
infelicidade da rainha e com muita petulância e audácia o caçador a beija
e...fazem outras coisas mais é claro...
Logo
que é dada a missão, o caçador vai atrás de Branca e a encontra tomando banho no
lago e é obvio que não iria matá-la depois disso. Lembram de quando falei que de inocente
Branca não tinha nada? Pois bem, acertou quem disse que ela e o caçador também
“fizeram outras coisas mais” assim como ele havia feito com a rainha. Na volta
para o castelo, pronto para receber o seu pagamento, o caçador não esperava
encontrar outra pessoa junto com Lilith. E não era o rei... e sim sua bisavó, a bruxa que mora na casa coberta de doces que havia ensinado ofício de bruxa
a Lilith, desmascarado pela velha, quando Lilith descobre que o coração não é humano, o amaldiçoa transformando-o em um rato (lembre-se disso também). Então
para terminar o serviço que o caçador não cumpriu, a bruxa velha dá a maça
envenenada a Branca que como todos sabemos
fica presa no caixão até o príncipe chegar .... e ele chega.
Ferido e encontrado pelos anões que guardavam
o caixão de Branca, o príncipe em um primeiro
momento se vê perdido e longe de seu companheiro de viagem, assim que vê
Branca ele fica apaixonado (será mesmo?) Guardem isso também). Nisso a escolta
da rainha varre a floresta atrás do corpo de Branca, sendo que desta vez, Lilith
só acreditará que ela morreu a vendo morta. Não tendo outra saída, os anões meio que
forçam o príncipe a sair da cidade levando Branca no caixão com ele. Convencido, ele decide acatar o pedido dos anões, porém o caixão tomba durante a viagem
fazendo com que Branca caia e se “desentale” como pedaço de maça envenenada
preso em sua garganta. O príncipe então a pede em casamento e é claro que ela
ia aceitar (será por quê?), ele só não esperava que Branca fosse tão audaciosa
e nada recatada para uma princesa das quais ele estava acostumado a ver... Na
lua de mel, ele descobre que Branca não é mais virgem e muito menos pura e
inocente... para não ser feito de bobo, ele decide tomar uma atitude quanto
aquilo, pois seus pais não aceitariam um casamento clandestino e muito menos
com uma princesa que não se parecia com um membro da realeza...então ele mesmo
toma uma atitude... SINTO MUITO MEUS CAROS MAS SÓ LENDO PARA SABER O FINAL... VÃO
SE SURPREENDER.
O diferencial desta versão é que tudo que
acontece está ligado a uma trama muito maior tirando os leitores da monotonia
que são os contos de fada onde tudo que ocorre é tão evidente e tão
ridiculamente óbvio que chega a perder a graça... (acabei de dar uma dica
valiosa). Notamos através da inversão de papéis que nem todos os vilões são vilões e nem todos
os mocinhos são puros e bondosos de coração. Sarah desmistifica muitas coisas
em seu enredo dinâmico, mostrando ao seus leitores a verdadeira face dos
personagens ao enfatizar o lado humano obscuro e repleto de defeitos acobertado
pelas versões infantis, como a inveja, a avareza, a luxúria, o interesse , a
sede por vingança, o desprezo , a tristeza e etc . Fazendo um link com o que havia dito no
começo, os contos e fada em sua origem eram histórias para adultos e não para
crianças,no entanto foram parafraseadas e “reparafraseadas” ao longo dos
séculos no intuito de “trazer uma lição de moral” adaptando-se ao público
infantil, tornando-as bem menos densas e com conteúdos bem mais “pedagógicos”
a fim de trazer a visão de um mundo bem mais sonhador, perfeito e com “finais
felizes” comparado às versões originais. (Deixando bem claro que isto não é uma
critica aos contos de fadas infantis.)
Para
aqueles que preferem as versões originais (ou o mais próximo delas), a saga
ENCANTADAS é uma boa pedida. Escrito em sua maior parte em forma de diálogos, promove uma leitura rápida e nada entediosa. O primeiro volume possui 223
páginas... e dou 4 de 5 estrelinhas para esta obra. (em minha humilde opinião).
Espero que tenham gostado. Até a próxima
resenha que será do volume II – FEITIÇO.
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