Amy & Matthew - Cammie McGovern

Amy e Matthew estudam juntos há algum tempo. Durante este período, trocaram apenas uma curta conversa. Matthew tem certeza que foi um fracasso e por isso se surpreende ao receber um e-mail em que Amy pede que ele se candidate para ser um dos seu colegas auxiliares no próximo semestre.

Como assim colegas auxiliares? Amy possui paralisia cerebral e, precisa de ajuda para algumas tarefas como se vestir e carregar os materiais escolares. Durante toda a sua vida escolar, a mãe contratou profissionais para acompanhá-la. Porém, neste último ano, Amy decide que quer contar com a ajuda de jovens da sua idade, porque vê a oportunidade de fazer amigos pela primeira vez.

Amy tem um computados que reproduz em som aquilo que ela digita, porém este processo não é rápido e as crianças costumam ter medo da voz computadorizada, motivo que a leva ficar calada na maior parte do tempo. Os pais não medem esforços para que ela tenha a melhor vida possível, mas pode ser que excedam um pouco no cuidado: é necessário que Amy tenha noção do que é fracassar,

Ao conviver com os colegas auxiliares, Amy entra em contato com os problemas de outras pessoas e se surpreende ao se sentir tão grata por ajudar, especialmente seu melhor amigo, Matthew que possui Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), e não aceita a sua condição, apesar de lutar contra os seus próprios pensamentos a todo momento, refugiando-se do mundo por medo de ser taxado de estranho.

O refúgio de Matthew é Amy. O refúgio de Amy é Matthew. Talvez nunca tenham parado para escutar os dois. Quantas coisas eles guardavam que nunca haviam sido exteriorizadas! Por mais que, muitas vezes, eles gritassem inconscientemente, ninguém parecia prestar atenção. Não importam as diferenças, todos possuem problemas e Cammie criou personagens ímpares para demostrar isto, tanto com as personagens principais quanto as secundárias.

O livro é inovador ao trazer uma temática tão importante e sem romantizá-la. Em dado momento, a história flui como se estivesse aproximando do fim, já que tudo se resolve. Porém, é aí que temos uma reviravolta surpreendente, demonstrando que na vida real as coisas não acontecem como planejadas e que o fato de Amy não se comunicar através da fala não anula a sua capacidade de sentir, errar e dar a volta por cima.